fernando pessoa, excerto, Tabacaria

Relembrando a primeira mensagem :

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(…)

Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(…)

_ _ _
eu gostei do poema!

life sucks -.-

mesmo mariana... descrição perfeita *.*

obrigada

Também não é bem assim, se bem que é a maior parte das vezes xD

ahaha pois é xD


(rir é a melhor solução..., acho eu)

ya tambem acho.
Se nao nos rir-mos nao estamos felizes. ao menos encaramos a vida como uma aventura.

simplesmente é esse o objectivo... sempre nos esquece-mos dos problemas...

yaa!
smile girl!
a vida é curta e enquanto estamos cá temos que a aproveitar!!!

tal como o teu ava hahaha

Eu adoroooo Fernando Pessoa

És tu e eu ines, é realmente uma grande paixão *-*

Ele tem poemas tãoo lindos *-*

Desculpem lá voltar depois de ter sido banida, mas eu acho que Fernando Pessoa rebolou no caixão. Ninguém aqui se sente como Fernando Pessoa porque Fernando Pessoa não é nada, ele é tudo! O tudo e o nada para ele são o mesmo.

Este poema aborda a temática do sonho/realidade e o sonho é sempre a intelectualização e o plano superior enquanto que a realidade é o mundo físico e imperfeito.

Este poema é uma gradação em todo si, reparem como a intensidade do que é sugerido pelo sujeito lírico aumenta.

Não sou nada. -> enquanto ser físico
Nunca serei nada -> o nunca já sugere o infinito e o infinito é algo que só existe na intelectualização
Não posso querer ser nada -> reparem agora aqui, que Fernando Pessoa já usa querer, e o querer já é um acto consciente, que já requer pensamento
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. -> aqui o poeta já sugere ter toda a intelectualização do mundo.

Isto é uma gradação crescente, à medida que se avança na estrofe, o sujeito poético aumenta a intensidade do acto de pensar. Isto é uma elevação a um plano superior. Não sei se alguém aqui conhece a alegoria da caverna de Platão, é uma boa analogia para compreender. O poeta inicia a estrofe sugerindo que todo ele é empirismo (experiência física) e acaba a dizer que todo ele é racionalismo.


Na segunda estrofe, passa-se exactamente o mesmo.

Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama; -> antes do levantar / acordar vem o sonho, e o poeta alcançou o infinito no acto de sonhar / pensar / intelectualizar. Porque no pensamento não existem limites.
Mas acordámos e ele é opaco -> voltamos ao físico, o mundo material é que é opaco porque é matéria e tem forma.
Levantámo-nos e ele é alheio -> é alheio, o mundo material já é algo distante, sem interesse
Saímos de casa e ele é a terra inteira, / Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido. - o indifinido é o infinito. E o infinito, como já disse, é o pensamento.

Espero ter ajudado na compreensão do poema. Fernando Pessoa não é fácil de interpretar, mas quando se consegue interpretar é algo maravilhoso.

ajudas-te bastante *-*

ahaha eu apenas limitei-me a ler o poema...mas foi muito melhor quando explicas-te....
obrigada

de nada.

Obrigada pela explicação K

Ajudou bastante na interpretação do poema.